terça-feira, 17 de junho de 2008

Hermes o Esù-Elegbara do Olimpo



Já é de conhecimento geral que entre a cultura dos Deuses Gregos existiu a imolação de animais e também os ditos feitiços em troca de sacrifício e oferendas, bem mas vamos falar de Hermes o Deus Grego que se aproxima do nosso Esù.


Podemos notar na historia de Hermes muitas coisas similares ao do nosso Esù partindo do princípio Hermes era o mensageiro e interprete da vontade dos Deuses associado a fertilidade, desde o berço já mostrava sua astúcia nos negócios, tramas e artimanhas, quando criança foi à Tessalia, onde roubou parte do rebanho guardado por seu irmão Apolo, escondendo o gado em uma caverna. A seguir voltou para o berço, como se nada tivesse acontecido. Quando Apolo descobriu o roubo, conduziu Hermes diante de Zeus, que o obrigou a devolver os animais. Apolo, no entanto, encantou-se com o som da lira que Hermes inventara e ofereceu, em troca o gado e o caduceu. Hermes era invocado, a princípio, como deus dos pastores e protetor dos rebanhos, dos cavalos e animais selvagens; mais tarde tornou-se deus dos viajantes, e em sua homenagem foram erguidas estátuas à beira das estradas, assim como nosso Esu é dono dos caminhos. Posteriormente, Hermes tornou-se deus do comércio e até dos ladrões; para proteger compradores e vendedores, inventou a balança. Hermes era quem guiava as almas dos heróis ou pessoas importantes até o rio Estige, lugar que ligava o reino dos vivos com o reino dos mortos. Também considerado deus da eloqüência e patrono dos esportistas, é representado como um jovem de belo rosto, normalmente nu, vestido com túnica curta.


Exu representa um um canal de comunicação, o princípio da mobilidade. Por isto, nas Religiões de Matriz Africana sempre é aberto com invocações a esta divindade. Hermes, com suas sandálias aladas que permitem voar, é também um mensageiro. Assim como as oferendas a Exu são depositadas nas encruzilhadas, Hermes era homenageado com hermas nas esquinas e nas portas, isto é, em locais de passagem. As hermas eram pequenos monumentos feitos de pedra consistindo de um busto do deus e de um falo semi-ereto, pois Hermes era associado à fertilidade. Quanto a Exu,aprendemos com Pierre Verger que entre os Fons, Exu-Elegbara é chamado de Legba e “é representado por um montículo de terra em forma de homem acocorado, ornado com um falo de tamanho respeitável”. Tanto Hermes quanto Exu são marcados pela ambigüidade, pelo comportamento às vezes traiçoeiro e, com o perdão da palavra, malandro: logo após o seu nascimento Hermes já aprontou a primeira, roubando gado do seu meio-irmão Apolo (ambos eram filhos do prolífico Zeus). Por conta da gracinha, teve que presentear,Apolo com a cítara. Sempre de chapéu, de andar leve, esperto e músico, é difícil não aproximar Hermes dos malandros. Assim como o Hermes era quem guiava as almas dos heróis ou pessoas importantes até o rio Estige, lugar que ligava o reino dos vivos com o reino dos mortos, o Esú tem também o mesmo papel, pois quando do falecimento de um Baba ou Yia no Batuque a primeira obrigação a ser despachada é o Bara (Esù Bara) para que esse encaminhe o falecido.
Parte do texto foi adaptado.
Bibliografia:

Os Deuses Gregos (Karl Kerényi)
A Guerra na Grécia antiga. São Paulo: Ática, 1988. (Marcos Alvito)
Os gregos eram macumbeiros? (Marcos Alvito UFF)
Caduceu
do Lat. caduceu
s. m., vara delgada e lisa terminada em duas asas e rodeada por duas serpentes, a qual, sendo insígnia de Mercúrio, era também usada pelos antigos arautos.

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