domingo, 25 de setembro de 2011

_____| Enferrnidades da Alma |____

Texto publicado no Jornal Grande Axé - 2° Edição - pagina 07
Por Pai Léo de Oxalá

Veja o texto neste blog:

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

PROVA DE FOGO - Axe de Fala

Na África:
Na cultura religiosa do Povo Fon (Djedje) é comum provar o poder das Divindades (Vodun) quando estes estão "incorporados" em seus iniciados, existem inúmeras provas a mais conhecida é a prova de Zo onde o Vodun Sogbo (semelhante ao Xangô dos Yorubas), participa.

Descrição da prova de Zo:
Em um determinado momento entra no salão uma panela de barro ou de ferro, fumegante, exalando cheiro forte de dendê borbulhante, contendo dentro alguns pedaços de ave sacrificada para o vodun. Sogbô adentra o salão com fúria de um raio, tomando a iniciativa vai até a panela, onde mergulha as mãos por algum tempo. Em seguida, exibe para todos os pedaços da ave. É um momento de profunda emoção gerando grande comoção por parte dos outros iniciados que respondem aquele ato entrando em estado de transe com seus voduns. (Esta descrição é de autoria de Pierre Fatumbi Verge)


No Batuque
Nas imagens acima mostra uma prova que se assemelha muito com a que é realizada no batuque claro que em proporção menor. Os acarás feitos no Batuque, que são mechas de algodão embebidas em Epô (azeite de dendê ) e prede-se fogo para o Orixá ou Vodun colocar na boca “comer” mas após apagado o fogo é devolvida a mecha de algodão. Esse tipo de prova com Acaras  é realizada em uma experimentação ou em uma obrigação que chamamos de axé de Fala. A quantidade ofertada é sempre múltipla de seis geralmente 24  , depende da feitura e do Baba ou Yia, baseado que o numero seis e seus múltiplos  para o batuque é da Divindade dona do Fogo. Sogbo e Xangô.

O Axé de fala nada mais é que uma liberação que o Orixá ou Vodun ganham para poder se comunicar com os seus devotos, ou seja, ele poderá falar ou cantar seus orins, esta obrigação é dada aos Orixás ou Voduns que já tem um determinado tempo de “chegada” e o filho já tem uma obrigação de apronte, assentamento de todos os Orixás ou Voduns que compõe o orumalé do Batuque ou por necessidade ou pedido da Divindade. Existe algumas exceções da necessidade de ter obrigação completa.  Mas as provas que compõe o axé de fala não são apenas os acarás, este é apenas uma das provas no processo da “fala”. O Axé de fala compõe outras provas é ritual meio que padrão no Batuque mudando apenas em alguns detalhes e quantidades, dependendo do terreiro, não cabe neste momento eu descrever todos os itens que compõe um Axé de Fala, estes detalhes é de responsabilidade dos Babas e Yias informarem aos seus filhos. Esta fala é dada pelo Baba ou Yia na presença de testemunhas, alguns filhos do Ilê e Babas e Yias de outros Ilês. Ao final do ritual essas testemunhas podem dizer se estão de acordo ou não.

A experimentação: também é uma prova poderá compor o acará, mas não existe tempo nem obrigação pré definida para a Divindade ganhar a experimentação, o Baba ou Yia que determina quando e quantas vezes a divindade ganhará a experimentação ate o momento de ganhar o axé de fala isso tudo depende da necessidade verificada pelo sacerdote. A experimentação não libera a fala apenas o axé de Fala libera a Divindade a se comunicar com seus devotos. Geralmente a experimentação é dada em obrigação fechada perante os filhos da casa, obrigação esta que esta em desuso. O Axé de Fala e a experimentação não podem ser comercializadas $$$, é dada por merecimento ou necessidade.

É claro que uma Divindade não prova apenas assim a sua veracidade, a prova maior é o bem estar do filho (cavalo de santo)  e dos que o seguem, sejam eles apenas devotos ou filhos de santo. Mas são rituais que fazem parte da Religião de Tradição Africana realizada aqui no Sul e devem ser mantidos por serem tradição e fundamento e também de grande importância para que as pessoas de má fé, não mistifiquem a nossa Religião.

Por Pai Léo de Oxalá
Kwe Djedje Nagô - Ilê Oxalá Segbo

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As imagens são dos rituais realizados na África no antigo Daome do povo Fon (Djedje)

Prova de fogo