quarta-feira, 24 de setembro de 2008

ELEIÇÕES 2008



Meus Irmãos, pensem bem na hora de votar pois é hora e a vez de buscarmos nosso espaço na política para termos voz, pois quem faz as leis e vota a favor ou contra elas , são os políticos. Temos que ter uma representação política e nada melhor que seja um de nós, não aqueles que só aparecem em nossos Iles em época de eleição, para angariar votos, mas sim um Irmão nosso, um Babalorixá ou Yalorixá ou Omorixa da Religião de Matriz Africana, pois estamos perdendo espaço a cada dia para os Pentecostais e por conta disso aparecem àquelas leis arbitrárias que tolhem nosso direito de culto. Que Orumiláia abra nossos olhos e que Yemanja, nos una em um só pensamento, que devemos votar consciente. Um voto pela Matriz Africana, um voto pelo futuro de nossa Religião, um voto pela Liberdade Religiosa, Um voto por tudo que nossa Religião representa para nós todos, irmãos e filhos dos Orixás. Asè...Asè...Asè

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por Pai Léo de Oxalá

A Noticia triste:
RIO - Lançado a duas semanas das eleições, o livro "Plano de poder", do bispo Edir Macedo prega que Deus tem um plano político para os fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus e para os evangélicos que sejam seus aliados: governar o Brasil. Fundador e chefe da Igreja Universal, Edir Macedo incita os evangélicos à mobilização partidária, seguindo o "projeto de nação" que Deus teria sonhado para os hebreus, que ele chama de cristãos. É o que mostra reportagem de Tatiana Farah, publicada na edição deste domingo do jornal O GLOBO.
"Tudo é uma questão de engajamento, consenso e mobilização dos evangélicos. Nunca, em nenhum tempo da história do evangelho no Brasil, foi tão oportuno como agora chamá-los de forma incisiva a participar da política nacional", escreve Macedo, estimando em 40 milhões a comunidade de evangélicos no país. "A potencialidade numérica dos evangélicos como eleitores pode decidir qualquer pleito eletivo, tanto no Legislativo, quanto no Executivo, em qualquer que seja o escalão, municipal, estadual ou federal".

O crescimento pentecostalismo:
três igrejas – Assembléia de Deus, Congregação Cristã no Brasil e Universal do Reino de Deus – concentram 74% dos pentecostais, ou 13 milhões de pessoas (no ano 2000). Isso permite inferir que o êxito eleitoral da Assembléia de Deus e da Igreja Universal resulta, em parte, de seu peso demográfico.
A expansão pentecostal avança, igualmente, pelos campos assistencial, editorial, educacional, midiático e político partidário. A intenção é clara.

Parlamentares evangélicos:
O Brasil conta atualmente com 164 parlamentares evangélicos, entre vereadores, deputados estaduais e federais e senadores, distribuídos por 18 partidos. O PRB de Crivella é o que concentra a maior bancada evangélica: dos 28 eleitos, 17 são de grupos religiosos (61% de seus parlamentares). Criado em 2005, o partido, que tem na legenda o vice-presidente José Alencar, foi o que mais cresceu no ano passado, e é um dos ancoradouros dos pastores-candidatos da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd)

Bibliografia:
Jornal O Globo
Religião e política, por Claudirene Aparecida de Paula Bandini
Pentecostais e política no Brasil, por Sociologo Ricardo Mariano

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O Tempo segundo a cosmovisão Africana Yoruba



A questão do tempo na sociedade iorubana tradicional, nos rituais de Candomblé e na sociedade capitalista.

Para o pensador africano John Mbiti, enquanto nas sociedades ocidentais o tempo pode ser concebido como algo a ser consumido, podendo ser vendido e comprado, como se fosse mercadoria ou serviço potenciais - dizemos ‘tempo é dinheiro!’ -, nas sociedades africanas tradicionais o tempo tem que ser criado ou produzido, acrescentando Mbiti que “o homem africano não é escravo do tempo, mas, ao invés disso, ele produz tanto tempo quanto queira”. Ele comenta que, por não conhecerem essa concepção, muitos estrangeiros ocidentais não raro julgam que os africanos estão sempre atrasados naquilo que fazem, enquanto outros dizem: “Ah! Esses africanos ficam aí sentados desperdiçando seu tempo na ociosidade” (Mbiti, 1990: 19). (…)

Nas palavras do nigeriano Wole Soyinka, prêmio Nobel de literatura, “o pensamento tradicional opera não uma sucessão linear de tempo mas uma realidade cíclica” (Soyinka, 1995: 10). Por isso, o tempo escalar, que se mede matematicamente, podendo ser somado, subtraído, dividido etc., não faz nenhum sentido para o pensamento africano tradicional. Para os ocidentais, o tempo é uma variável contínua, uma dimensão que tem realidade própria, que independe dos fatos, de tal modo que são os fatos que se justapõem à escala do tempo. É o tempo da precisão, que objetiva o cálculo, que viabiliza a projeção e fundamenta a racionalidade - tempo da ciência histórica e da modernidade. Nessa escala ocidental do tempo, os acontecimentos são enfileirados uns após outros, em seqüências que permitem organizá-los como anteriores e posteriores, uns como causa e outros como conseqüência, construindo-se uma cadeia de correlações e causações que conhecemos como história.

Para os africanos tradicionais, contudo, o tempo é uma composição dos eventos que já aconteceram ou que estão para acontecer imediatamente. É a reunião daquilo que já experimentamos como realizado, sendo que o passado, imediato, está intimamente ligado ao presente, do qual é parte, enquanto que o futuro, imediato, nada mais é que a continuação daquilo que já começou a acontecer no presente, não fazendo nenhum sentido a idéia do futuro como acontecimento remoto desligado de nossa realidade imediata. O futuro que se expressa na repetição cíclica dos fatos da natureza, como as estações, as colheitas vindouras, o envelhecer de cada um, é repetição do que já se conheceu, viveu e experimentou, não é futuro. Não há sucessão de fatos encadeados no passado distante, nem projeção do futuro; a idéia de história como a conhecemos no Ocidente não existe; a idéia de fazer planos para o futuro, de planejar os acontecimentos vindouros, é completamente estapafúrdia. Se o futuro é aquilo que não foi experimentado, ele não faz sentido nem pode ser controlado, pois o tempo é o tempo vivido, o tempo acumulado, o tempo acontecido.

Para os iorubás e outros povos africanos, os acontecimentos do passado estão vivos nos mitos, que falam de grandes acontecimentos, atos heróicos, descobertas e toda sorte de eventos dos quais a vida presente seria a continuação. Ao contrário da narrativa histórica, os mitos nem são datados nem mostram coerência entre si. Cada mito atende a uma necessidade de explicação tópica e justifica fatos e crenças que compõem a existência de quem o cultiva, o que não impede a existência de versões conflitantes, quando os fatos e interesses a justificar são diferentes. O mito fala do passado remoto que explica a vida no presente, mais que isso, que se refaz no presente. O tempo mítico expressa o passado distante, e fatos separados por um intervalo de tempo muito grande podem ser apresentados nos mitos como ocorrências de uma mesma época, concomitantes. Cada mito é autônomo e os personagens de um podem aparecer num outro mito com outras características e relações, às vezes contraditórias com as primeiras. Os mitos são narrativas parciais e sua reunião não propicia o desenho de nenhuma totalidade, pois não existe um fio narrativo na mitologia, como aquele que norteia a construção da história para os ocidentais. No mundo mítico, os eventos não se ajustam a um tempo contínuo e linear. O tempo do mito é o tempo das origens, e parece existir um tempo vazio entre o fato contado pelo mito e o tempo do narrador.

Para os iorubás, os mortos devem reencarnar e, enquanto esperam pelo renascimento, habitam o mundo dos que vão nascer, que é próximo do mundo aqui-e-agora, o mundo em que vivemos, o Aiê. Esse mundo do futuro imediato é atado ao presente pelo fato de que aquele que vai nascer de novo tem que permanecer vivo na memória de seus descendentes, participando de suas vidas e sendo por eles alimentados nos ritos sacrificiais, até o dia de seu renascimento como um novo membro de sua própria família. Para o homem, o mundo das realizações, da felicidade, da plenitude é o mundo do presente, o Aiê, não havendo prêmio nem punição no mundo dos que vão nascer, o mundo dos mortos, pois ali nada acontece. Os homens e mulheres pagam por seus crimes em vida e são punidos pelas instâncias humanas. As punições impostas aos humanos pelos deuses e antepassados por causa de atos maus igualmente não o atingem após a morte, mas se aplicam a toda a coletividade à qual o infrator pertence, e isso também acontece no Aiê, numa concepção ética que está focada na coletividade e não no indivíduo (Mbon, 1991: 102), não existindo a noção ocidental cristã de salvação no outro mundo nem a idéia de pecado. O outro mundo habitado pelos mortos é temporário, transitório, voltado para o presente dos humanos. Nem mesmo a vida espiritual tem expressão no futuro. Os mortos ilustres - fundadores de troncos familiares e de cidades, heróis, reis, conquistadores, grandes sacerdotes - podem vir a ser cultuados como antepassados, os egunguns, passando a habitar o passado mítico, o passado distante localizado no Orum, onde vivem os deuses orixás, dos quais muitos são antigos heróis divinizados, cujo culto se desprendeu dos limites da família e se generalizou, sendo incorporados ao passado mítico de todo um clã, uma cidade, um povo, podendo vir a ter altares erigidos em sua homenagem até mesmo do outro lado do oceano, como aconteceu com muitos orixás na América.


O passado remoto da narrativa mítica, que trata dos orixás e dos antepassados, é transmitido de geração a geração, por meio da oralidade, é ele que dá o sentido geral da vida para todos e fornece a identidade grupal e os valores e normas essenciais para a ação naquela sociedade, confundindo-se plenamente com a religião. Ensina Prigogine, prêmio Nobel de física, que o tempo cíclico é o tempo da natureza, o tempo reversível, e também o tempo da memória, o tempo mítico que não se perde, mas que se repõe. O tempo da história, em contrapartida, é o tempo irreversível, um tempo que não se liga nem à eternidade e nem ao eterno retorno. O tempo do mito e o tempo da memória descrevem um mesmo movimento de reposição: sai do presente, vai para o passado e volta ao presente, em que o futuro é apenas o tempo necessário para a reencarnação, o renascimento, o começar de novo. A religião é a ritualização dessa memória, desse tempo cíclico, ou seja, a representação no presente, através de símbolos e encenações ritualizadas, desse passado que garante a identidade do grupo - quem somos, de onde viemos, para onde vamos? É o tempo da tradição, da não mudança, da religião, a religião como fonte de identidade que reitera no cotidiano a memória ancestral. No candomblé, emblematicamente, quando o filho-de-santo entra em transe e incorpora um orixá, assumindo sua identidade, que é representada pela dança característica que lembra as aventuras míticas dessa divindade, é o passado remoto, coletivo, que aflora no presente para se mostrar vivo, o transe ritual repetindo o passado no presente, numa representação em carne e osso da memória coletiva.

Para os iorubás, uma vez que tudo é repetição, nada é novidade, aquilo que nos acontece hoje e que está prestes a acontecer no futuro imediato já foi experimentado antes por outro ser humano, por um antepassado, pelos próprios orixás. O oráculo de Ifá, praticado pelos babalaôs, baseia-se no conhecimento de um grande repertório de mitos que falam de toda sorte de fatos acontecidos no passado remoto e que voltam a acontecer, envolvendo personagens do presente. É sempre o passado que lança luz sobre o presente e o futuro imediato. Conhecer o passado é deter as fórmulas de controle dos acontecimentos da vida dos viventes. Esse passado mítico, que se refaz a cada instante no presente, é narrado pelos odus do oráculo de Ifá, preservados no Brasil pelo jogo de búzios das mães e pais-de-santo dos candomblés. O jogo de búzios é a leitura do tempo mítico que se refaz no presente. É olhar o presente com os olhos no passado.

A essa concepção africana de tempo estão intimamente associadas as idéias de aprendizado, saber, competência e hierarquia que podemos observar no candomblé. Para os africanos tradicionais, o conhecimento humano é entendido, sobretudo, como resultado do transcorrer inexorável da vida, do fruir do tempo, do construir da biografia. Sabe-se mais porque se é velho, porque se viveu o tempo necessário da aprendizagem. A aprendizagem não é uma esfera isolada da vida, como a nossa escola ocidental, mas um processo que se realiza a partir de dentro, participativamente. Aprende-se à medida que se faz, que se vive. Com o passar do tempo, os mais velhos vão acumulando um conhecimento a que o jovem só terá acesso quando tiver passado pelas mesmas experiências. Mesmo quando se trata de conhecimento especializado, o aprendizado é por imitação e repetição. As diferentes confrarias profissionais, especialmente as de caráter mágico e religioso, dividem as responsabilidades de acordo com a senioridade de seus membros e estabelecem ritos de passagem que marcam a superação de uma etapa de aprendizado para ingresso em outra, que, certamente, implica o acesso a novos conhecimentos, segredos ou mistérios da confraria.

Bibliografia:
Conferência proferida pelo professor Reginaldo Prandi
Pesquisador John Mbiti

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa




21 de Setembro - Domingo - 09:00 hs da manhã. Concentração na Praia do Leme.




Ninguém será discriminado por sua crença religiosa. Eu tenho fé.
A intolerância religiosa vem crescendo em todo o país. Já foram registrados diversos casos de ataques as religiões de matriz africana, como a Umbanda e o Candomblé. Seus sacerdotes vêm sendo agredidos, ,sua religiosidade difamada em veículos de comunicação. Estudantes tem sofrido constrangimento e recebido ensinamentos com imposição curricular de outro credo. E até episódios de extremos vandalismo, invasão e demolição de templos, terreiros, casas-de-santo tornaram-se rotineiros. Nenhuma manifestação religiosa será ofendida sem o devido direito de resposta e punição. Eu tenho fé. Para defender o direito da liberdade de culto , organizações religiosas e da sociedade civil vão promover no dia 21 de setembro, a Caminhada pela Liberdade Religiosa, na orla de Copacabana. Esta iniciativa é uma resposta dos praticantes das religiões afro-brasileira que, em conjunto com outros setores, vem se mobilizar contra o fanatismo, o preconceito e a discriminação. A caminhada é um ato a favor da cidadania. É um movimento que acredita, como no tempo dos Quilombos, que o espírito de convivência pacífico e democrático pode ser incorporado pela população do estado do Rio de Janeiro. Nós temos fé!

Video da campanha sobre intolerancia Religiosa:




Baba Diba de Iyemonja estara na Caminhada pela Liberdade Religiosa no Rio de Janeiro, Representando a Comunidade Terreiro Ile Àsé Iyemonja Omi Olodo da Vila São José em Porto Alegre - RS, a CEDRAB-RS - Congregação em Defesa das religiões Afro Brasileiras do RS e a Africanamente - Centro de Pesquisa Resgate e preservação de Tradições Afrodescendentes, bem como a Comunidade Afro religiosa do estado.

sábado, 13 de setembro de 2008

Diversidade Religiosa


Em se falando em Fé o Brasil e o mundo são uma colcha de retalhos, mas uma coisa é certa Deus quer que seus filhos e filhas vivam em Paz, como irmãos e irmãs. Ou: Olorun quer, Ou: Mawu-Lissa quer, Ou: Alá quer, Ou: Javé quer. Deus, Olorun, Mawu Lissa, Alá, A Deusa, Brahman...São muitos os nomes pelos quais os seres humanos chamam o Criador. Mas a vontade dele é uma só: que seus filhos e filhas vivam em paz, como irmãos e irmãs. Se esta é a vontade do Criado , quem somos nós para desafiá-la? E, no entanto nos a desafiamos.Todas as vezes que discriminamos nosso semelhante por ele pensar diferente , ou faz suas faz suas preces de maneira diferente, ou chama o Criador por um nome diferente, nós desafiamos a Sua vontade. Porque Ele deu a seus filhos e filhas a maior de todas as graças: a capacidade de pensar. De pensar livre. De pensar diferente. Quem somos nós, então, para desafiar a vontade do Criador?.Discriminamos, ofendemos, praticamos atos de violência contra nosso semelhante, com a desculpa de que ele é "diferente". Foi assim no principio dos tempos. É assim nos dias de hoje.

Prevenir a intolerância é assumir que nenhuma verdade é única. É reconhecer que o outro tem livre arbítrio(...). Esse reconhecimento pressupõe garantir-lhe o direito de pensar, de crer, de amar, de doar,de rezar, de ser gente religiosa. Gente que exercita a missão sagrada de reconhecer no outro a imagem e semelhança de Deus, Olorum ou Javé.

A cartinha “Diversidade Religiosa e Direitos Humanos”


Cartilha promove reflexão sobre diversidade religiosa e direitos humanos Apresentação.

O Estado Brasileiro é laico. Isso significa que ele não deve ter, e não tem religião. Tem, sim, o dever de garantir a liberdade religiosa. Diz o artigo 5o, inciso VI, da Constituição: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.” A liberdade religiosa é um dos direitos fundamentais da humanidade, como afirma a Declaração Universal dos Direitos Humanos, da qual somos signatários. A pluralidade, construída por várias raças, culturas, religiões, permite que todos sejam iguais, cada um com suas diferenças. É o que faz do Brasil, Brasil. Certamente, deveríamos, pela diversidade de nossa origem, pela convivência entre os diferentes, servir de exemplo para o mundo. No Brasil de hoje, a intolerância religiosa não produz guerras, nem matanças. Entretanto, muitas vezes, o preconceito existe e se manifesta pela humilhação imposta àquele que é “diferente”. Outras vezes o preconceito se manifesta pela violência. No momento em que alguém é humilhado, discriminado, agredido devido à sua cor ou à sua crença, ele tem seus direitos constitucionais, seus direitos humanos violados; este alguém é vítima de um crime – e o Código Penal Brasileiro prevê punição para os criminosos.Invadir terreiros de umbanda e candomblé, que, além de locais sagrados de culto, são também guardiães da memória de povos arrancados da África e escravizados no Brasil; desrespeitar a espiritualidade dos povos indígenas, ou tentar impor a eles a visão de que sua religião é falsa; agredir os ciganos devido à sua etnia ou crença, mesmo motivo que os levou ao quase extermínio na Europa, durante a Segunda Guerra Mundial: tudo isto é intolerância, é discriminação contra religiões. É o contrário do que pretende o Programa Nacional dos Direitos Humanos. O Programa Nacional dos Direitos Humanos pretende incentivar o diálogo entre os movimentos religiosos, para a construção de uma sociedade verdadeiramente pluralista, com base no reconhecimento e no respeito às diferenças.A presente cartilha, Diversidade Religiosa e Direitos Humanos, é o resultado de quase um ano e meio de um trabalho que contou com a participação de várias religiões, e que não se esgota aqui (outras colaborações podem ser conferidas no site (www.presidencia.gov.br/sedh). Esta cartilha é a continuidade das muitas ações de homens e mulheres de boa vontade e diferentes crenças, que, com suas palavras e seus atos, pretendem construir um país, um mundo melhor. Um país e um mundo em que ninguém sofra ou pratique injustiça contra seu semelhante. Um mundo e um país de todos.
Ministro Nilmário Miranda (Secretaria Especial dos Direitos Humanos)

Declaração Universal dos direitos humanos Art. XVIII
Toda pessoa tem o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente,em público ou em particular.”

VI Jornada Estadual de Estudos Afro-Brasileiros - Edição 2008


VI Jornada Estadual de Estudos Afro-Brasileiros - Edição 2008
“PESQUISAS, ENSINO E EDUCAÇÃO: EM TORNO DA AFRO-DESCENDÊNCIA”

Dia 23 de setembro, o Memorial do Rio Grande do Sul dará inicio a mais uma edição da tradicional Jornada de Estudos Afros-Brasileiros. Em sua 6ª edição, o evento novamente se destaca por discutir os assuntos ligados a cultura negra, não só no Estado, mas no país. O tema desse ano será "Pesquisas, ensino e educação: em torno da Afrosdescendência".

Programação completa da jornada: http://www.memorial.rs.gov.br/temp/vijornada.pdf


terça-feira, 2 de setembro de 2008

Batuque, Religião de Matriz Africana.


No Estado do Rio Grande do Sul, a Religião de Matriz África, a Religião dos Orixás é popularmente conhecida como Batuque ou Nação. O Batuque é uma Religião de fundamento e cultura Africanas, provenientes da junção de raízes como Oyó, Ijesha (Tradição nagô), e Jeje (Tradição Fon) e Cabinda , é comum seus sacerdotes identificarem seu culto aos Orixás e/ou Voduns, como Jeje-Nagô, Jeje-Ijesa, Oyo-Jeje e Cabinda, porém na verdade, hoje a maioria das casas praticam uma única liturgia tendo como base o Jeje-Nagô, e compartilha dos mesmos cantos e fundamentos, diferenciando apenas algumas existências de qualidades de Orixás e Voduns a serem cultuados, como Legbá, Sogbo, Oxum Oloba etc, e a ordem de xirês e alguns modos de feitura e fundamentos específicos, não se tem noticias de culto a Nkisis apesar de se ter um grande numero de Iles que se denominando de Cabinda. Os cantos são na maioria em Yorubá e Fongbe, tocados com a mão em tambores com couro nas duas faces de corda trançada e também em alguns Iles de tradição Jeje temos o Jeje com aguidavis, muito semelhante ao executado no antigo Daome. No batuque, os orixás são montados com ferramentas, okutás, efos, sacrifícios e etc, tal como são realizados nos Terreiros de candomblé, porém, pouquíssimas qualidades de orixás são comuns entre os dois seguimentos. Entre seus participantes, não são feitos ou designados cargos de santo, onde o Babalorixá ou Yalorixá reina absoluto, exercendo plenos poderes em seus Ilés, geralmente de propriedade familiar/carnal. Nas cerimônias de axexe “aressum”, era comum serem despachados todos seus Ygbás (assentamentos/vasilhas), inclusive os do próprio Ilé, findando o Ile juntamente com seu antigo proprietário, porém hoje tem se verificado uma certa mudança, pois já existem Iles (casas), onde seus axés permanecem e, após consulta a Ifá “buzios”, é escolhido o sucessor do antigo sacerdote, dando prosseguimento a raiz, e a criação e/ou permanência de cargos como Pai pequeno ou Mãe pequena, o batuque assemelha-se muito as casas de Xangô de Recife e Jeje-Mahi, onde sua propagação no sul, surgiu através de Rio Grande e Pelotas, cidades berço da cultura afro no estado, devido ao porto e antigas fazendas com um enorme número de escravos, comercializados e mantidos naquela região, posteriormente, o mesmo teve sua introdução na capital, e com a vinda de um príncipe africano (Príncipe Custódio de Sapakta Erupe), onde fixou residência e auxiliou na propagação do culto em Porto Alegre, difundindo-o nas demais cidades metropolitanas, no batuque, os orixás raramente são vestidos com adornos, porém os mesmos dançam, ficam em estado de erê (axéêre/criança), são cultuados, presenteados e louvados, com saudações e toques acelerados dos tambores, especificamente de acordo com os orixás que estão sendo homenageados, em algumas festas, são feita encenações, baseadas na mitologia dos orixás envolvidos, muitos orixás só falam após receber permissão, onde são dadas após alguns anos em observação e preparação, através de testes e cerimônias reservadas e conhecidas como "axé de fala". as festas de batuque não são filmadas, tão pouco pode-se tirar fotos de orixás, (pessoas boladas/incorporadas), as raízes existentes são diagnosticadas através de seus sacerdotes e representantes ascendentes, ao invés dos Ilés, como é conhecido no candomblé, os oyés (graus de aprontamento), são dados em ciclos de tempo que pode variar conforme o Ile, onde são preparados e entregues os axés pertencentes aos mesmos, com seus fundamentos e ferramentas, como: obés ( faca / metal e autorização para o corte através de assentamento de ogun), entre outros como encantamentos de folhas, Ifá (jogo de búzios), etc. Nos dias de hoje é notório a diversidade no culto aos Orixás e Voduns no RS, onde a pureza de raiz não existe.




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por Pai Léo de Oxalá

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Nada se compara



Nada se compara a você poder fazer algo aos Orixás exatamente como o seu ancestral fazia, não que se tenha mais ou menos fundamento, mas o sentimento é diferente.


“A Ancestralidade é nossa via de identidade histórica, sem ela, não sabemos o que somos e nunca saberemos o que queremos ser”