sexta-feira, 30 de abril de 2010

Enfermidades da Alma

As enfermidades da alma “espirituais” são àquelas enfermidades causadas pela ação direta dos ”maus espíritos” sobre o corpo ou a mente de uma pessoa.

Geralmente não se consegue ter um diagnóstico médico para estes tipos de enfermidades porque na maioria dos casos, apesar de existir alguns sintomas de enfermidades comuns ao corpo, a doença não acusa nos exames do paciente. É por este motivo também que em muitos casos a pessoa faz tratamento durante anos e não vê a cura ou ainda começa a aparecer vários sintomas, se trata de um e logo aparece outro sintoma ou quando o médico examina o paciente e diz que não tem nada, mas a dor continua e isso mostra que tem alguma coisa de errado.

De outro lado também temos os ditos “feitiços” de uma forma em geral, conseguem atuar no plano físico e material através de energias modificadas. Esses feitiços quando manipulados e direcionados podem causar enfermidades no corpo e na alma de uma pessoa, desavenças familiares e também pode aflorar com maior intensidade a insegurança, o medo, desanimo e etc


Mas não podemos deixar de fora os casos de egun “espíritos de antepassados” principalmente de pessoas próximas já falecidas que não conseguem se desligar da família e seguir seu caminho, causando em alguns casos conseqüências graves no âmbito familiar.


Quando temos algum doente em casa, a nossa tendência é adoecer junto com ele. A situação acaba envolvendo a todos os entes queridos pela preocupação, de cuidar dessa pessoa e do sofrimento do enfermo.

Mas temos que levar em consideração que nem todo o mal é feitiço, demanda, trabalho feito ou enfermidades da alma e sempre devemos procurar auxilio medico.

(A pratica do mal é inerente a natureza humana em qualquer cultura. E a maioria dos males é praticada fora do terreno religioso Quem tem medo de feitiço de PÓVOAS, Ruy do Carmo)


Na Religião dos Orixás o Sacerdote é mero intermediário do Orixá e através do jogo de búzios, poderão ser diagnosticados esses casos de enfermidades da alma e o sacerdote com o devido conhecimento ancestral religioso e seu axé “força dos Orixás” até porque ele deverá ter passado por anos de aprendizado e de obrigações aos Orixás, e de maneira alguma ele age por intuição ou impulso. Sendo assim poderá manipular os devidos Ebós “comidas de santo e ou trabalho” para trazer conforto e talvez a cura. Mas sempre mantendo um acompanhamento de um profissional medico.
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Por Pai Léo de Oxalá

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Quem tem Medo de Feitiço?

A pratica do mal é inerente a natureza humana em qualquer cultura. E a maioria dos males é praticada fora do terreno religioso. A exemplo disso, o engendramento de praticas políticas, econômicas e educacionais que possibilitam a infância desamparada, a velhice abandonada, a falta de assistência a saúde, educação ultrapassa a corrupção, a negação dos direitos dos trabalhadores, a perseguição a minorias, a devastação das florestas, a poluição de mares, rios, a exterminação das espécies.

Mas ai, o ebó é outro.

E por isso mesmo, muita gente boa não se arrepia, não tem temor, nem fica apavorada porque não pode ver o verdadeiro demônio que, por trás de tudo isso , faz um feitiço escabroso.
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Prof. PÓVOAS, Ruy do Carmo

Vale conferir o texto em sua integra

http://www.ijexa.com.br/index2.php?page=textos_professor_07

quinta-feira, 8 de abril de 2010

JARDIM DAS FOLHAS



Jardim das Folhas Sagradas narra uma história envolvente, capaz de atrair e prender a atenção do público, pela riqueza da linguagem e da trama, construídas com elementos de humor, suspense, aventura, intriga política, romance, lenda, magia, mistério e drama. Propõe, por outro lado, a reflexão crítica sobre a história e o presente da cidade do Salvador.
Em diversas dimensões da sociedade local, o candomblé responde por considerável parcela do amálgama cultural da capital baiana. Sendo a Bahia o lugar onde a diáspora africana manteve mais acesas as práticas religiosas originais, a abordagem da vida da cidade do ponto de vista do povo-de-santo é, assim, repleta de significados e de importância.

O fio que tece a trama é o enfrentamento entre o candomblé - tradicional religião afro-brasileira ritualmente vinculada à natureza - e a expansão imobiliária, um dos fenômenos decorrentes do crescimento e da modernização de Salvador. A dimensão ecológica do candomblé se revela na necessidade de espaço e ambientes naturais adequados para sua liturgia. Historicamente, os terreiros dispunham deste estoque de natureza, ocupando os arrabaldes da cidade, áreas isoladas alcançadas depois pela expansão urbana. A escassez desses elementos desafia, hoje, a criatividade dos terreiros de Salvador. Kosí euê kosí orixá (“sem folha não há orixá”), ecoa o provérbio iorubá, enfatizando o efeito deletério da redução de espaços verdes e da degradação de reservas naturais.

A intensificação da ocupação do solo urbano de Salvador alterou profundamente a dinâmica dos terreiros e de suas comunidades, impondo-lhes crescentes restrições espaciais, em situações que obrigam a adaptações e diferentes saídas: a luta para consolidar posições e territórios, a transferência para áreas mais periféricas ou a mera extinção. Tal contexto delineia o cenário em que o ex-bancário Bonfim - filho de uma yalorixá e de um jornalista de esquerda - persegue o objetivo de criar o “Jardim das Folhas Sagradas”. Neste intento, experimentará o sabor do amor e do desprezo, da amizade e da traição, compartilhando, com o espectador, o aprendizado do uso da força e da sabedoria ancestral do candomblé para a superação dos obstáculos construídos pelas contradições e conflitos da modernidade.