sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

A VERDADE E A MENTIRA NUM CONTO IORUBA

Lembro aqui uma lenda africana sobre a criação do mundo.

Diz assim: Olofi,
o Senhor que tudo criou - o bem e o mal, o bonito e o feio, o claro e o escuro, o grande e o pequeno, o cheio e o vazio, o alto e o baixo - criou também a Verdade e a Mentira. Fez, no entanto, a Verdade forte, marcante, bela, luminosa, e fez a Mentira fraca, feia, opaca. Ao ver assim a Mentira, deu a ela uma foice com a qual pudesse se defender. A Mentira sentiu inveja da Verdade e queria eliminá-la. Certa ocasião a Mentira se defrontou com a Verdade e a desacatou. Brigaram. Empunhando sua foice, a Mentira, com um golpe, degolou a Verdade. Esta, vendo-se sem cabeça, começou a procurá-la tateando por volta. Apalpa um crânio que supõe ser seu. Com esforço agarra-o e o arrancando de onde estava, coloca-o sobre seu pescoço. Mas aquela era a cabeça da Mentira. Desde então, a verdade anda por aí enganando toda a gente.

(Cf. Dulce Mara Critelli, Ontologia do Cotidiano ou Resgate do Ser:
Poética Heideggeriana, PUC-SP, Centro de Estudos Fenomenológicos de
São Paulo).

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Orixá Osun / Vodun Aziri

Tradução:
Osum eu te chamo, eu te chamo para que tenhamos dinheiro. 
eu te chamo para que tenhamos filhos. 
Eu te chamo para que tenhamos saúde. 
Eu te chamo para que tenhamos uma vida serena. 
Osum, nos proteja para que não haja problemas entre nós, teus filhos. 
Para que sempre haja paz em nosso lar.
Que nossos objetivos não se voltem contra nós.
Dá-nos asé!
Que não haja problemas em nossa família.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

ITAN: A MUDANÇA E O CORAÇÃO













Havia uma aldeia em que até os jovens viviam desiludidos, porque ali não acontecia nada de novo. As pessoas conservavam os mesmos hábitos desde muitas gerações. A pasmaceira terminou tomando conta de tudo e de todo mundo. Então, o chefe da aldeia resolveu fazer uma reunião com os seus conselheiros. Depois de muito discutirem, e sem chegar a uma solução prática, todo o conselho decidiu que o melhor era consultar Xangô.

Na consulta, Xangô aconselhou, sem muita conversa:

− Façam uma grande mudança em tudo.

Aí, o Conselho dos Mais-Velhos designou um grupo de homens e mulheres para realizar as mudanças necessárias. O povo foi convocado para participar ativamente. Queimaram as palhoças e fizeram outras novas. Mudaram os roçados de lugar. Até mesmo passaram a apanhar água de beber em outra fonte. As mulheres teceram novas roupas, as crianças inventaram novos brinquedos e todo mundo ficou contente.

            Mas vai daí a algum tempo, eles foram notando que alegria estava se desfazendo. A rotina trouxe de volta o mesmo desânimo de antes. A fonte nova, as novas palhoças, as brincadeiras novas, nada adiantou. A tristeza tomou conta de todos. O chefe convocou o Conselho novamente. Outra vez, resolveram consultar Xangô.

Perante o orixá, tudo foi relatado miudamente e Xangô ouviu a conversa com atenção. E ainda se queixaram de que a solução apontada na primeira consulta não deu resultado. Então Xangô quis saber:

− Que mudanças vocês fizeram lá dentro?

Ficaram sem entender a pergunta e pediram uma explicação. Xangô explicou com a mesma severidade de costume:

− Ora! Dentro das pessoas, no modo de ver o mundo, a vida, um ao outro... Dentro de vocês mesmos...

Olharam um para o outro, cochicharam entre si. Terminaram por chegar à conclusão que, na verdade, cada um permanecia como era antes. Então Xangô disse:

— A verdadeira mudança tem que acontecer primeiro, no coração!
 
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Por  Professor Ruy do Carmo Póvoas
Itan: A mudança e o Coração 

sábado, 21 de agosto de 2010

Eleições 2010


É hora e a vez de buscarmos nosso espaço na política para termos voz, pois quem faz as leis e vota a favor ou contra elas , são os políticos. Temos que ter uma representação política e nada melhor que seja um de nós, não aqueles que só aparecem em nossos Iles em época de eleição, para angariar votos, mas sim um Irmão nosso, um Babalorixá ou Yalorixá ou Omorixa da Religião de Matriz Africana, pois estamos perdendo espaço a cada dia para os Pentecostais e por conta disso aparecem àquelas leis arbitrárias que tolhem nosso direito de culto. Que Orumiláia abra nossos olhos e que Yemanja, nos una em um só pensamento, que devemos votar consciente. Um voto pela Matriz Africana, um voto pelo futuro de nossa Religião, um voto pela Liberdade Religiosa, Um voto por tudo que nossa Religião representa para nós todos, irmãos e filhos dos Orixás. Asè...Asè...Asè

Aqui em Porto Alegre – RS, temos dois candidatos que podem representar bem, a nossa Religião, Pai Pedro de Oxum Doco e Mãe Vera de Oya, ambos são sacerdotes, tenho a satisfação de conhecê-los e saber da trajetória de cada um deles na Religião, por isso essas são as minhas indicações para Deputado Estadual do RS.  

Enfermidades da Alma


















Texto publicado no Jornal Grande Axé - 2° Edição - pagina 07
Por Pai Léo de Oxalá

Veja o texto neste blog:

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Osun

Tradução:
Osum eu te chamo, eu te chamo para que tenhamos dinheiro. 

eu te chamo para que tenhamos filhos. 
Eu te chamo para que tenhamos saúde. 
Eu te chamo para que tenhamos uma vida serena. 
Osum, nos proteja para que não haja problemas entre nós, teus filhos. 
Para que sempre haja paz em nosso lar.
Que nossos objetivos não se voltem contra nós.
Dá-nos asé!
Que não haja problemas em nossa família.

sábado, 10 de julho de 2010

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Enfermidades da Alma

As enfermidades da alma “espirituais” são àquelas enfermidades causadas pela ação direta dos ”maus espíritos” sobre o corpo ou a mente de uma pessoa.

Geralmente não se consegue ter um diagnóstico médico para estes tipos de enfermidades porque na maioria dos casos, apesar de existir alguns sintomas de enfermidades comuns ao corpo, a doença não acusa nos exames do paciente. É por este motivo também que em muitos casos a pessoa faz tratamento durante anos e não vê a cura ou ainda começa a aparecer vários sintomas, se trata de um e logo aparece outro sintoma ou quando o médico examina o paciente e diz que não tem nada, mas a dor continua e isso mostra que tem alguma coisa de errado.

De outro lado também temos os ditos “feitiços” de uma forma em geral, conseguem atuar no plano físico e material através de energias modificadas. Esses feitiços quando manipulados e direcionados podem causar enfermidades no corpo e na alma de uma pessoa, desavenças familiares e também pode aflorar com maior intensidade a insegurança, o medo, desanimo e etc


Mas não podemos deixar de fora os casos de egun “espíritos de antepassados” principalmente de pessoas próximas já falecidas que não conseguem se desligar da família e seguir seu caminho, causando em alguns casos conseqüências graves no âmbito familiar.


Quando temos algum doente em casa, a nossa tendência é adoecer junto com ele. A situação acaba envolvendo a todos os entes queridos pela preocupação, de cuidar dessa pessoa e do sofrimento do enfermo.

Mas temos que levar em consideração que nem todo o mal é feitiço, demanda, trabalho feito ou enfermidades da alma e sempre devemos procurar auxilio medico.

(A pratica do mal é inerente a natureza humana em qualquer cultura. E a maioria dos males é praticada fora do terreno religioso Quem tem medo de feitiço de PÓVOAS, Ruy do Carmo)


Na Religião dos Orixás o Sacerdote é mero intermediário do Orixá e através do jogo de búzios, poderão ser diagnosticados esses casos de enfermidades da alma e o sacerdote com o devido conhecimento ancestral religioso e seu axé “força dos Orixás” até porque ele deverá ter passado por anos de aprendizado e de obrigações aos Orixás, e de maneira alguma ele age por intuição ou impulso. Sendo assim poderá manipular os devidos Ebós “comidas de santo e ou trabalho” para trazer conforto e talvez a cura. Mas sempre mantendo um acompanhamento de um profissional medico.
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Por Pai Léo de Oxalá

Todos Direitos Reservados
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Amparado pela lei L9. 610 de direitos Autorais

Proibido a cópia total ou parcial dos textos por qualquer meio, seja para uso privado ou público, com ou sem fins lucrativos sem a autorização prévia do autor.

Quem tem Medo de Feitiço?

A pratica do mal é inerente a natureza humana em qualquer cultura. E a maioria dos males é praticada fora do terreno religioso. A exemplo disso, o engendramento de praticas políticas, econômicas e educacionais que possibilitam a infância desamparada, a velhice abandonada, a falta de assistência a saúde, educação ultrapassa a corrupção, a negação dos direitos dos trabalhadores, a perseguição a minorias, a devastação das florestas, a poluição de mares, rios, a exterminação das espécies.

Mas ai, o ebó é outro.

E por isso mesmo, muita gente boa não se arrepia, não tem temor, nem fica apavorada porque não pode ver o verdadeiro demônio que, por trás de tudo isso , faz um feitiço escabroso.
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Prof. PÓVOAS, Ruy do Carmo

Vale conferir o texto em sua integra

http://www.ijexa.com.br/index2.php?page=textos_professor_07

quinta-feira, 8 de abril de 2010

JARDIM DAS FOLHAS



Jardim das Folhas Sagradas narra uma história envolvente, capaz de atrair e prender a atenção do público, pela riqueza da linguagem e da trama, construídas com elementos de humor, suspense, aventura, intriga política, romance, lenda, magia, mistério e drama. Propõe, por outro lado, a reflexão crítica sobre a história e o presente da cidade do Salvador.
Em diversas dimensões da sociedade local, o candomblé responde por considerável parcela do amálgama cultural da capital baiana. Sendo a Bahia o lugar onde a diáspora africana manteve mais acesas as práticas religiosas originais, a abordagem da vida da cidade do ponto de vista do povo-de-santo é, assim, repleta de significados e de importância.

O fio que tece a trama é o enfrentamento entre o candomblé - tradicional religião afro-brasileira ritualmente vinculada à natureza - e a expansão imobiliária, um dos fenômenos decorrentes do crescimento e da modernização de Salvador. A dimensão ecológica do candomblé se revela na necessidade de espaço e ambientes naturais adequados para sua liturgia. Historicamente, os terreiros dispunham deste estoque de natureza, ocupando os arrabaldes da cidade, áreas isoladas alcançadas depois pela expansão urbana. A escassez desses elementos desafia, hoje, a criatividade dos terreiros de Salvador. Kosí euê kosí orixá (“sem folha não há orixá”), ecoa o provérbio iorubá, enfatizando o efeito deletério da redução de espaços verdes e da degradação de reservas naturais.

A intensificação da ocupação do solo urbano de Salvador alterou profundamente a dinâmica dos terreiros e de suas comunidades, impondo-lhes crescentes restrições espaciais, em situações que obrigam a adaptações e diferentes saídas: a luta para consolidar posições e territórios, a transferência para áreas mais periféricas ou a mera extinção. Tal contexto delineia o cenário em que o ex-bancário Bonfim - filho de uma yalorixá e de um jornalista de esquerda - persegue o objetivo de criar o “Jardim das Folhas Sagradas”. Neste intento, experimentará o sabor do amor e do desprezo, da amizade e da traição, compartilhando, com o espectador, o aprendizado do uso da força e da sabedoria ancestral do candomblé para a superação dos obstáculos construídos pelas contradições e conflitos da modernidade.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Quem é de Axé diz que é

Lançamento da Campanha Censo2010:
QUEM É DE AXÉ DIZ QUE É.

Horário: 22 março 2010 de 19:00 a 23:00


Local: Teatro João Caetano,


Rua: Praça Tiradentes, Centro do Rio


Cidade: Rio de Janeiro / RJ


Telefone: (21) 9905 5856
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Organizado por: Márcio Alexandre - CEN

PROJETO ILU BATA


“Resgate, pesquisa e preservação dos ritmos e cânticos sagrados”.Esse Projeto pretende desenvolver o resgate, a pesquisar e a preservação dos ritmos sagrados do batuque de influencia Jeje do Rio Grande do Sul, o conhecimento e a pratica musical, entre jovens e adultos, os toques sagrados são pesquisados e resgatados, com a proposta de compreender, preservar e divulgar a importância mítico-social e ancestral da musicalidade.Proporcionar o conhecimento sobre a história da musica e ritmos, sua matriz africana, sua influencia na história e cultura afro-brasileira, bem como suas implicações sociais. Identificar e conhecer os valores civilizatórios afrodescendentes contidos na musicalidade da nossa cultura.

Inscrições abertas
Local: Comunidade Terreira Yle Àse Iyemonja Omi OlòdóEnd.: Rua: Nunes Costa, 1137Bairro: São José – POA / RSTodos os Sábados
Informações: - ona_abiase@hotmail.com;

O que pode mudar na vida do Iniciado?

O que pode mudar na vida do Iniciado?
O Destino é dado a cada ser na forma de possibilidade, nunca como fatalidade. Desse modo, quem antes de voltar ao mundo escolheu por exemplo ser médico, ao renascer na Terra encontrará no seu caminho situações que o direccionem para essa profissão. Entretanto, isto não quer dizer que necessariamente venha a exercer a medicina. Ele pode a qualquer tempo mudar os rumos da própria vida através do exercício do livre-arbítrio (o que, aliás, é um conceito universal). Cada qual constrói a própria história. Ocorre muitas vezes a pessoa acabar por fazer escolhas erradas e sofrer consequências desastrosas. Pode ser fruto de um destino “negativo”, que exigirá tempo e determinação para ser superado. A dor transforma-se em companheira constante. Ligam-se a tudo isso os problemas do dia a dia (para não mencionar a situação difícil da sociedade contemporânea); o conjunto destes factores acaba por provocar sentimentos de impotência frente aos obstáculos e encruzilhadas da vida, ou simplesmente solidão, carência de carinho, de orientação, de coragem. Carência de fé. O Orixá pessoal, nesse particular, pode influenciar em muito, prevenindo ou mesmo remediando estas situações, conferindo força e equilíbrio ao seu tutelado, restaurando-lhe as energias, estendendo-lhe protecção e orientando-o quanto ao melhor caminho a seguir.

Mas o indivíduo deve permitir que o Orixá actue de modo construtivo na sua própria vida. O Orixá não representa problemas no caminho de ninguém - pode significar a solução. Através do seu apoio divino o ser humano pode criar condições para vencer as barreiras internas e externas para a construção de um futuro melhor.

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