quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Jeje-Nagô



O Jeje-Nagô no Rio Grande do Sul, pode ser comparado ao Jeje-Mahin do Maranhão, tanto pelo culto aos Voduns e Orixás no mesmo Terreiro “Ilê” , onde não se veste os Voduns / Orixás como acontece no Candomblé de Keto, a utilização dos aguidavis , a dança de jeje de par e tendo muita simplicidade nos templos e no ritual em si, assim como acontece no nosso batuque Jeje-Nagô. A mistura com a tradição Nagô/Yoruba não acontece apenas no Brasil, na Mãe África no antigo Daome região do povo Jeje (Fon/Ewe) alguns dos Voduns cultuados são de origem Nagô trazidos pelo povo Ewe que migrou da Região de Oyo, para o antigo Daome, trazendo consigo seus Deuses Orixás, que no antigo Daome acabaram sendo chamados pela nomenclatura Fongbe de Voduns. Portanto essa diversidade no culto vem desde a África e seria impossível desfazê-la, no Brasil quase não se tem noticias de terreiros que cultuem apenas Voduns e sendo alguns Voduns de origem Nagô, não podemos falar de pureza no Jeje do Brasil, pois não existe.

Bem no Rs o nome mais conceituado da Nação Jeje, sem duvida alguma é o Saudoso Pai João Correa de Lima (Joãozinho de Esú By) responsável pela expansão do Batuque no Uruguai e Argentina, que formou grandes nomes do batuque de ontem e de hoje e seu Asè permanece vivo e dando frutos e seu nome e fundamentos sempre mantidos em evidencia com muito orgulho, mais isso só acontece pela ótima formação que ele deu aos seus filhos. Não concordo com alguns escritores que afirmam que nunca se ouviu falar de Vodun no estado, certamente em suas pesquisas não foram em nenhum Ile de algum filho ou filha de santo de Pai João. Creio também que o erro foi nosso em utilizar a nomenclatura Orixá da tradição Nagô do dialeto Yoruba, para descrever alguns dos nossos Deuses Voduns, assim a palavra caiu no esquecimento , mas o certo que mesmo utilizando a nomenclatura Orixá, na sua essência são Voduns. E ainda me atrevo a dizer, que a base do batuque realizado hoje aqui no estado, é Jeje com tradição Nagô (Oyo e Ijesá), pois em muitos Iles que não se dizem de Jeje , executam cantos aos voduns Legba, Sapakta, Sogbo, Lissa entre outros e também fazem feituras a esses voduns, o próprio culto a Ogun que no RS sua feitura é em vulto de Cobra em ferro, lembra muito o Culto ao vodun Dan/Bessen , pois também é um vulto de uma cobra e não existindo na Região Nagô da África e no Candomblé a feitura de Ogun em vulto de Cobra, fica clara a existência da diversidade, O agê, o agogô também de tradição Jeje, estam presentes na maioria dos Iles de Batuque. Lembramos que é impossível se falar em pureza de nação no batuque. E essa diversidade é decorrente da própria diversidade religiosa e cultural do continente Africano.
Texto de Pai Léo de Oxalá

2 comentários:

Unknown disse...

Boa tarde, Pai Léo

Meu nome é Carlos, sou de Ijexa Jeje, mas tenho como amiga a Ialorixá Dadá de Xango, que foi filha do Sr. João de Exu Bi, você a conheceu ou conhece?

Abraço

Unknown disse...

ola amigo sou sacerdote dos cultos afro(naçao jeje-nago)filho de carmem de bara ,que é da bacia do pai pocho do xango,irmao do pai pirica de xango ,filho de pai joao do bara exu bi(que era meu bisavo)parabenizo pelo teu texto muito imformativo eimportante para quem se preocupa com suas raizas axé!!!!